4 de enero de 2013

Brasil choca con The Economist, y con los guardianes de la ortodoxia de los mercados.

Herakles y Neso, escultura de Canova


En este blog del Foro San Martín, y aún más en nuestra página de Facebook, hemos agregado a las piezas de reflexión y análisis, una buena cantidad de noticias suramericanas. Se debe a que hay un proceso de continentalización en la economía, en las leyes y reglamentaciones ya en marcha, más allá de las teorías y de las consignas, Y se refleja en las noticias, las buenas y las malas.

Pero siempre tratamos de tener presente el significado y la dirección de este proceso. Por eso, queremos destacar ésta, que ya tiene casi un mes, porque nos parece que es una manifestación muy clara de lo que está en discusión, y da un significado muy concreto a lo que mencionábamos en el posteo anterior, el rol de América Latina en la globalización.

La versión publicada en castellano está resumida, pero es bastante explícita:

Un análisis de la revista británica The Economist sobre la economía brasileña, que llevó a la publicación a sugerir que Dilma Rousseff debería despedir a su ministro de Hacienda, Guido Mántega, mereció una respuesta ácida de la presidenta brasileña. La jefa de Estado sostuvo que “bajo ningún punto de vista” se hará eco de esas sugestiones.

Para ese medio de alcance internacional, si Brasil quisiera que en el exterior se recupere la confianza en su economía, debería prescindir del funcionario. Se refería al bajo crecimiento registrado por este país en el tercer trimestre del año. El primero en reaccionar públicamente fue Fernando Pimentel, ministro de Desarrollo e Industria. Dijo: “El día en que The Economist nombre ministro en Brasil nosotros dejaremos de ser República”. Pero la presidenta consideró indispensable reafirmar esos conceptos.

Primero aclaró: “Yo, en especial, estoy a favor de la libertad de prensa . No tengo nada que decir sobre cualquier revista o diario que hable sobre cualquier tema”. Pero dicho esto, precisó: “Sólo quiero manifestar que, bajo ninguna hipótesis, un gobierno electo por voto directo y secreto del pueblo brasileño será influenciado por una opinión de una revista que no es brasileña”.

Para la presidenta, que habló con los periodistas al concluir la cumbre del Mercosur, la economía brasileña “creció 0,6% en el tercer trimestre. Pero iremos a crecer mucho más en el cuarto”. La publicación británica, cuyo foco es el sector financiero internacional, sostuvo que la dimisión de Mántega sería una alternativa para que Dilma recobre la confianza de los inversores y viabilice su segundo mandato. Para esa revista, la desaceleración de los precios de las commodities y el endeudamiento de los ciudadanos brasileños constituyen trabas a la retomada del crecimiento económico.

Dilma retrucó: “Hay un cuadro gravísimo (en el primer mundo ) con países con caídas netas de la producción, escándalos, caída de bancos, quiebras generalizadas. Y nunca vi a ningún medio periodístico sugerir cambios en esos gobierno ni proponer la caída de un ministro”. Y concluyó: “Desde 2008 aquí no quebró ningún banco como el Lehman Brothers y no tenemos ninguna crisis de la deuda soberana”.

Pero lo publicado en portugués es más completo y más duro:

'Se é mesmo tão pragmática, demita Mantega', diz Economist a Dilma

Revista britânica diz que a presidente, se realmente deseja um 2º mandato, deve trocar sua equipe econômica para, assim, reconquistar a confiança do mercado

A sucessão de declarações desastradas, a perda de confiabilidade perante os analistas financeiros e a condução desastrosa da política econômica são credenciais suficientes para que a presidente Dilma Rousseff – que quer ser vista como uma competente gestora – demita seu ministro da Fazenda, Guido Mantega. Uma decisão como essa a ajudaria a reconquistar a tão necessária confiança do mercado no país. Os conselhos são da tradicional revista britânica The Economist, que dedicou três matérias à economia brasileira – a qual recebeu o nada elogioso adjetivo de “moribunda”.

Na reportagem intitulada “Quebra de confiança: Se quer mesmo um segundo mandato, Dilma Rousseff tem mudar a equipe econômica”, a Economist literalmente “pede a cabeça” de Mantega. “Ela insiste que é tão pragmática. Se é mesmo, deveria demitir Mantega, cujas previsões exageradamente otimistas implicaram a perda de confiança dos investidores”, diz. A Economist acrescenta: “Dilma deve designar uma nova equipe econômica capaz de conquistar a confiança do mercado”.

Novos desafios – A revista relembra seus leitores que a presidente iniciou seu mandato em 2011 com uma economia em forte expansão. De lá para cá, o cenário mudou radicalmente. Após uma forte desaceleração no ritmo de crescimento ao longo do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do país encontra-se paralisado em 2012 e custa a recobrar vigor – a despeito dos esforços do ministro da Fazenda, que encerrará este ano com uma renúncia fiscal de 45 bilhões de reais, transformados em estímulos à produção.

A Economist destaca que os motores do crescimento brasileiro na última década estão se esgotando. “Os preços das exportações de commodities, embora continuem elevados, não estão mais em trajetória ascendente. Os consumidores hoje usam mais a sua renda para pagar dívidas por meio das quais conseguiram comprar carros e televisões [do que para continuar consumindo]”, explica. A reportagem argumenta que, diante deste cenário, o Brasil deveria lutar para melhorar sua produtividade e taxa de investimento. Mas aí reside o problema. Mantega e sua equipe  parecem perdidos quando o assunto é promover a tão sonhada “redução do custo Brasil”.

A matéria reconhece que Dilma Rousseff tem se mostrado preocupada em ampliar a competitividade brasileira e conseguir desenvolvimento econômico por meio da atração de investimentos – elemento necessário para expandir e aperfeiçoar a capacidade produtiva nacional. Elogia, inclusive, alguns esforços para estimular o crescimento, como o corte na taxa de juros para sua mínima histórica, de 7,25%; as desonerações das folhas de pagamento das empresas; os planos de investimento em infraestrutura etc.

'Intrometida-chefe'
Contudo, a Economist não poupa críticas à forma com que Dilma tem conduzido seu governo, com excesso de intervencionismo estatal, fechamento da economia, entre outras medidas pouco ortodoxas. “A preocupação é que a presidente seja, ela própria, uma intrometida-chefe”, ironiza a reportagem. “Um bom exemplo é o aparente desejo de Dilma de reduzir o retorno sobre o investimento na ‘base do porrete’, não só para bancos, mas também para as empresas de energia elétrica e fornecedores de infraestrutura”, em referência à insistência do Palácio do Planalto em querer convencer empresários a investir ao mesmo tempo em que lhes nega um retorno adequado para participar dos investimentos.

“Ainda mais do que Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff parece acreditar que o estado deve direcionar as decisões do investimento privado. Tais microintervenções derrubam a confiança na política macroeconômica”, sentencia a Economist. Caso ela e seu ministro da Fazenda – com quem parece compartilhar das mesmas ideias – prossigam com a intenção de intervir em tudo, o “espírito animal” do empresariado não retornará. Assim, o que o Brasil mais precisa atualmente, que são investimentos para melhoria da competitividade, não virá nem por milagre.

Reeleição em risco
A Economist finaliza sua reportagem relembrando que Dilma espera ser reeleita em 2014 graças a um cenário de pleno emprego e salários reais em alta. Mas há um risco nessa aposta. Para a revista, essas conquistas podem ser comprometidas se a presidente não for capaz de proporcionar um crescimento econômico mais vigoroso. "Os eleitores terão de julgar se, na tentativa de conciliar tantas 'bolas econômicos', ela não teria deixado cair a maioria delas"


El texto en castellano ha sido tomado del diario Clarín , y el que está en portugués de la revista Veja . Ambos medios están enfrentados con sus respectivos gobiernos, y no es asombroso que el brasileño sea el que publica el cuestionamiento a Dilma.
 


FSM.

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